ONGs criam comitê e abaixo-assinado virtual contra o novo Código Florestal

10/08/2011 14:30

 

ONGs criam comitê e abaixo-assinado virtual contra o novo Código Florestal

Integrantes de 97 organizações da sociedade civil, movimentos sociais, parlamentares e ex-ministros participaram nesta sexta-feira, 5 de agosto, do lançamento do Comitê Paulista em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável Contra o Projeto de Lei Complementar 30/2011, na capital paulista. O documento altera o Código Florestal Brasileiro. Também foi lançado um abaixo-assinado virtual contra o projeto do novo código.

Segundo a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o comitê dá a oportunidade para as pessoas atuarem no processo do Código. "Espero, sinceramente, que consigamos mobilizar as pessoas para que elas deem sustentabilidade política aos 81 senadores. Eles podem fazer uma atualização do Código Florestal à altura das necessidades do Brasil", frisou à Agência Brasil ao citar uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada em junho, que constatou que 79% da população têm posição contrária ao texto do senador Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto.

João Paulo Rodrigues, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), disse que o momento é propício não só para fazer o debate sobre as mudanças no documento, mas também para incluir outros segmentos na discussão. "Nós, do campo, pequenos agricultores, não fomos consultados. A referência de agricultura que foi consultada é a do grande agronegócio que tem como principal base a monocultura, o uso demasiado de agrotóxicos e, acima de tudo, a depredação do meio ambiente", explicou.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) salientou que o novo Código atenta contra o interesse coletivo nacional. "O que está em jogo nessa proposta não é um problema só ambiental ou agrícola. Está em jogo a vantagem comparativa de uma nação e um processo histórico que conservou grande parte de sua biodiversidade, florestas, água e solo e que pode ser uma potência. Está em jogo também o modelo agrícola e agrário".

O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero lembrou que o Código Florestal pode trazer ainda consequências internacionais ao país, como a repercussão negativa da aprovação do texto na Rio+20 - Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável. "Isso não se limita a uma questão só de de imagem ou do fracasso anunciado de uma conferência. É que existem compromissos inúmeros que o Brasil assumiu em fóruns internacionais que podem se tornar inviáveis caso determinadas mudanças incluídas no projeto da Câmara sejam consagradas no texto final", alertou.

Foto: Divulgação

Fonte: MSN Verde

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