Passe o mouse para ver o índice de segurança alimentar dos países. Quanto mais próximo de 100, melhor o acesso a alimentos
No mundo inteiro, os alimentos estão ficando mais caros – dados da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura, indicam que o preço de itens básicos de alimentação subiu três vezes mais rápido do que a inflação nos último dez anos. Esse aumento de preço, muitas vezes causado por fenômenos climáticos, pode colocar em risco a segurança alimentar de um grande número de países, e alguns pesquisadores até especulam que a dificuldade em conseguir alimentos pode estar na raíz das revoltas no Egito e na Síria.
A Economist Intelligence Unit (EIU), consultoria britânica ligada a revista The Economist, divulgou nesta semana um índice que analisa a segurança alimentar em 105 países. O estudo avaliou a situação dos alimentos em três pontos de vista: o da disponibilidade (se os alimentos estão disponíveis para serem adquiridos pela população); da acessibilidade (se a população tem condições econômicas para comprar alimentos); e o da qualidade (se os alimentos disponíveis em cada país possuem a quantidade necessária de nutrientes).
O índice vai de zero a cem. Quanto mais próximo de cem, melhor está a situação do país na questão de alimentação. O Brasil ficou em 31º, com um índice de 67,6. De acordo com o estudo, entre os pontos positivos do Brasil estão a presença de programas de segurança alimentar e ações contra a desnutrição infantil. Já o principal ponto fraco é a infraestrutura da agricultura brasileira.
Os principais resultados do estudo não são surpesa. Quanto mais rico o país, maior a capacidade de alimentar sua população. Os primeiros no ranking foram países desenvolvidos, como Estados Unidos, Dinamarca e Noruega. Os últimos são da África subsaariana, como a República Democrática do Congo, Chade e Burundi. Mas alguns pontos chamam a atenção. Um dos resultados, por exemplo, indica que países onde as mulheres têm mais acesso a emprego e renda têm desempenho melhor no ranking. Se em todos os países do mundo as mulheres tiverem acesso aos mesmos recursos que os homens, a quantidade de pessoas passando fome pode cair até 17%.