CORRUPÇÃO

Nos últimos anos ficou comum a fiscalização do setor público através da escandalização da política, e apesar dos percalços, prestando grandes serviços ao país.

Temos exemplos bizarros de antijornalismo, hoje representado pela Revista Veja, mas mesmo esta tem acertado em muitos dos casos. Mesmo em escândalos onde eu mesmo não apostei, como no caso da “formadora de família” Erenice, acabou acertando no alvo. Alguns elementos daquela reportagem em particular eram ridículos, como quando alguém chega e descobre milhares de reais em uma gaveta no Palácio. Isso simplesmente não existe.

Mas assim como quase todas as reportagens sobre corrupção, atirou no que viu e acertou no que não viu.

E por que isso está acontecendo com tanta frequência?

Hoje em dia a corrupção se instalou de tal forma na máquina pública que basta atirar em algum lugar ou pessoa que provavelmente algo vai sair de lá. A roubalheira está instalada nos três poderes, em quase todos os ministérios e órgãos, nos Governos e Prefeituras.

Em resumo, está quase todo mundo que tem algum poder roubando.

O descaramento é muito grande e a justificativa aos pares foi absorvida: o custo das campanhas eleitorais.

Basta dizer que a conta oficial, estou falando oficial, de gasto dos candidatos à Câmara Federal foi de R$ 926 milhões. Coloque pelo menos duas vezes e teremos aproximadamente R$ 2 bilhões.

Claro que grande parte disso acabou saindo de fornecedores do setor público. Nesta pisada não é difícil para a imprensa acertar em alguma coisa quando atira à esmo.

E o pior cego é aquele que não quer enxergar, ou mesmo ridiculariza qualquer tentativa popular de mobilização, apenas porque pensa que tudo nesta vida se resume a um lado ou de outro.