Mudanças climáticas unem países mais ameaçados
Cansaram de esperar por decisões das grandes potências.
Os efeitos do aquecimento global forçaram o surgimento de um novo grupo no panorama da geopolítica mundial do clima: os “países mais vulneráveis” às mudanças climáticas. O grupo – formado por vinte e quatro nações pouco desenvolvidas e seriamente ameaçadas por transtornos climáticos – se juntou no final de semana de 13 e 14 de Novembro para realizar a terceira cúpula do “Climate Vulnerable Forum” (CVF) que ocorreu em Bangladesh e teve a presença do secretário geral da ONU, Ban Ki Moon.
A discussão entre as lideranças vindas de Ásia, Pacífico, África, América Latina e Caribe concluiu a necessidade de substituir o discurso “vitimista”, baseado em ressaltar o risco que correm com inundações severas, como algumas ilhas da Micronésia, e o fato de não serem responsáveis pelas grandes emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, por uma atitude proativa e mobilizadora com relação ao tema da mitigação.
O plano é demonstrar a nova postura na próxima COP17, a conferência anual do clima realizada pela ONU, que acontecerá em Durban em cerca de duas semanas. É previsto que os negociadores do presidente Obama novamente não vão cooperar significativamente, pois já não assinaram um importante documento que define bases de financiamento para a criação do Green Climate Fund ou Fundo Verde Global, na tradução livre, um dos principais assuntos a ser tratado na conferência.
O presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed, já tem metas claras de tornar o arquipélago neutro em carbono até 2020. O Kenya está investindo seus esforços “limpos” na construção de plantas de energia geotermal e o Nepal tem um programa de planos de ação para adaptação local às mudanças climáticas, desenvolvido pelo ministério do meio ambiente.
O ex-presidente da Costa Rica, José Figueres, sugeriu que os líderes da delegação do CVF tomem uma atitude impactante em Durban para chamar atenção à causa do grupo: sentar-se por uma hora fora do hall de convenções, durante a sessão de abertura da cúpula, sob o slogan “Chega de conversa, precisamos de ação”. O ex-presidente ainda sugeriu que a ação fosse chamada de “Occupy COP”, inspirado no movimento Occupy Wall Street, que vem cobrando mudanças na forma como governo e iniciativa privada se relacionam e que desencadeou manifestações em diversas cidades dos Estados Unidos.
Do greenvana.com
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